Junho 13 2009

 

Ser ou não ser, questão de Shakespeare,
ter ou não ter, uma outra presunção
que poucos questionam à razão
sendo ela o leal espelho da valia.
 
Se aquele que pressente o seu quinhão
na incompetência e ostenta a euforia
de ser mais do que o outro e o desafia
ainda que não valha meio tostão
 
Então, ser ou não ser já pouco interessa
e ter não faz também nenhum sentido
se o logro é já patrão da mais valência
 
 
E a filosofia se despeça
porque o que conta é o porte do bandido
e não de quem o julga a excelência
 
 
julieta lima
publicado por adélia espírito santo às 16:43

Maio 28 2009


 Ser ou não ser, questão de Shakespeare,
ter ou não ter, uma outra presunção
que muitos questionam à razão
sendo ela o leal espelho da valia.
 
Se aquele que pressente o seu quinhão
na incompetência e ostenta a alegria
de ser mais do que o outro e o desafia
ainda que não valha meio tostão
 
Então, ser ou não ser já pouco interessa
e ter passa a deter todo o sentido
e a dar ao logro a posse da valência 
 
E a filosofia se despeça
porque o que conta é o porte do bandido
e não de quem o julga a excelência
 julieta lima
 (sonetos foragidos)
 ---------------------
 
    Soneto Para Raquel:

 

Sete anos de pastor te vi servir
sete anos suportei esta agonia
para depois olhar e descobrir
que não era só eu quem te queria

A meu lado esperou sem desavir
a que primeiro tomaste: esperou Lia,
a cujas bodas tive de acudir
com o pastor fiel que me traía

E sete anos depois me possuíste
doída, o ventre estéril e vazio
Foi quando vi a farsa mais cruel :

É que a Labão, Jacob, nunca serviste!
Quem sete e mais sete anos te serviu
foi a serrana bela - foi Raquel!!

julieta lima

 

Nota: Este soneto foi produto de um desafio de Pedro Tudella sobre o belo soneto de Camões «Sete anos de pastor Jacob serviu». Por teimosia quis mostrar que : «The winner gets it all» e o winner, claro, foi Jacob - pobrezinho, que acabou por ficar com as duas.

publicado por adélia espírito santo às 23:32

Maio 22 2009

Vazia hoje a taça transparente
em que brindámos ambos com alegria
àquele amor tardio que nos juntava
na taberna de palha sobre a ria...


Vazia hoje a alma mas tão cheia
dos beijos prometidos  beijos dados
de abraços    de meiguras    de cuidados
que então guardei de ti na minha ideia


Mas é assim o amor e ainda bem
porque quem dá na hora o amor que tem
de si não deve mais que se orgulhar


Que chegue o amor e vá quando quiser:
cá estou sempre poeta p'ró cantar
Para o perder cá estou sempre mulher

Julieta Lima

publicado por adélia espírito santo às 22:17

Maio 22 2009

 

 Eu dir-te-ei ternura toda tanta

 que nunca hás-de saber o seu tamanho

 pois de sossego em ti é que me entranho

 A melodia em nós   é que me espanta

 

 Eu dir-te-ei carinho    raro    estranho

 bondade que só pode quem é santa

 ou quem demónio foi mas te garanta

 ter pra sempre cassado o desengano

 

 Eu dir-te-ei do céu que não sabias

 do colo ameninado que perdeste

 do amor que dessedenta e apazigua

 

 E saberás até ao fim dos dias

 ter encontrado o amor que já me deste

 na ternura que sei e é só tua

 

Julieta Lima

               

publicado por adélia espírito santo às 21:52

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